A soft skill mais destacada do momento é a adaptabilidade, exaltada em histórias que buscam vender capacidades intrínsecas ao ser humano. Desde o conceito de Capital Humano, indivíduos são pressionados a transformar suas rotinas, anulando seus recursos naturais. A lógica é: se não posso ganhar com isso, melhor não perder.
Resiliência, termo usado para explicar a adaptação, tende a criar mais resíduos do que revelar talentos. É uma característica de materiais que se moldam ao impacto constante. Esse grau tem limite, assim como sua característica-par: a resistência.
Gestores rotularam profissionais como “reativos” por sua resistência, mas para aliviar a autoridade do chefe, um novo vocabulário foi aplicado: “Você precisa ser mais resiliente!” Isso desvalorizou o ser humano.
Adaptação não é adequação; resistência não é dureza; resiliência não é amabilidade. Para aprimorar a adaptabilidade, é preciso conhecer suas métricas e composição atual. É uma relação dinâmica entre resistência e resiliência. Seus valores são sua resistência: do que você não abre mão? O que sustenta você? Sua experiência revela sua resiliência: o que você é capaz de alterar?
Adaptabilidade
A adaptabilidade é essa balança, desejando novas interações. É autoconhecimento aplicado no dia a dia, fundamental para a gestão da própria mudança e para ser parte de transformações coletivas.
Agente de transformação veste a camisa, mas não descarta a própria essência. Então não se deixe impressionar por vocabulários bonitos. Para elevar o próprio capital humano, a exclusividade e a diferenciação são fundamentais, assim como relacionamentos equilibrados: conheça a si mesmo e transforme quem você é no valor que oferece ao mundo.
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Renata Maéry – Head do Produto E² da CA² Consulting, Mestre em Ciências Mecânicas e Graduada em Engenharia Mecânica, Especialista em Qualidade e experiente na liderança executiva de empresas, tais como: Volkswagen CO, Nissan, Peugeot-Citröen. Criadora da inovadora metodologia “Ativação ISO”.


